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10 mil horas não são suficientes

10 mil horas não são suficientes

Malcom Gladwell, autor de alguns ótimos livros, mas principalmente um ótimo contador de histórias, popularizou uma regra de bolso para se tornar um expert: 10.000 horas de prática seriam necessárias para dominar qualquer assunto.


As 10.000 horas são, de fato, condição necessária – mas não o suficiente. Todo esse tempo não adianta muito se o treino for feito em um ambiente inválido.


Um ambiente só é válido para a prática de alguma atividade, se lhe dá o feedback assertivo sobre erros e acertos. 

Por exemplo, o caso de um estudante que resolve inúmeros problemas de matemática e tem o retorno determinado sobre cada um: errou ou acertou. 

Caso o estudante treine 10.000 horas nesse ambiente, dificilmente não dominará o tópico em questão.

 
O caso do síndico ou até mesmo um advogado de condomínio me parece um pouco diferente; tenho dúvidas se trabalhamos em um ambiente válido.


Em boa parte do tempo (talvez mais de 70%?), o mercado de condomínios parece se mover de forma aleatória. O síndico dedicou tempo, estudou diversas métricas e fez algumas previsões orçamentárias, elaborou contratos. Fez sua aposta e escolheu as empresas e profissionais num processo de seleção qualificado. O que acontece? Às vezes o elevador falha, a atendente da administradora responde de forma ríspida, o Advogado deixa passar uma notificação. Uma única palavra mal dita em uma reunião de conselho ou assembleia, pode fazer tudo cair por terra. A aleatoriedade é companheira infalível da profissão em condomínios.


São raros os momentos em que o mercado condominial é um ambiente válido para a prática. Para quem faz disso sua profissão, é preciso um certo grau de racionalidade. Mas já sabemos que a racionalidade é algo raro nos condomínios. Ambientes políticos por excelência, são movidos a paixões, sentimentos e desejos de vitória particular em detrimento do bem comum. 

Quando comecei nessa área, percebi que um pouco de razoabilidade já seria suficiente para praticar. “É preciso muita concentração e muito siso” como já dizia Vinicius. Advogo há 18 anos. 13 para condomínios. Numa conta simples possuo mais de 27.000 horas de treino em ambiente condominial. 

Para a esperança de todos, contudo, existe uma dança das cadeiras naturais nos condomínios. Eles não são eternos em nossas carteiras de clientes. Reciclam-se a todo instante. Tão importante quanto o número de condomínios atendidos, descobri que a qualidade do atendimento também se faz importante.  

Não me venha falar que números não são importantes. Quem dita isso é porque gosta de fazer média com o mercado. 95% dos condomínios brasileiros possuem ganhos pequenos para seus síndicos, administradores e advogados. Para quem faz disso profissão, escala importa. 

Só que nada adianta escala sem qualidade. O castelo de areia se desfaz no primeiro vendaval. E como temos vendavais nos condomínios, não? 

Essa troca natural das cadeiras, seja por rescisão, destituição, contratação ou fim de mandato me permite sempre enxergar alguma validade no ambiente. O esmero do gestor profissional parece ter algum sentido de ser. Claro que sinto certo constrangimento em saber que boa parte da nossa população não está devidamente qualificada para viver em condomínios. Nem para apurar o quanto um síndico verdadeiramente fez boa ou má gestão. Advogados então…sou treinado desde cedo com uma frase que acompanha a vida de quem escolheu a profissão de defender direitos de outros: “Advogado bom é o que ganha”. E é assim que somos qualificados. 

No entanto, cada vez que entro ou saio dos condomínios faço sempre uma análise crítica do que está por trás da minha entrada ou da minha saída. Peço sempre ao síndico que me despede o feddback cabal da atuação da ZDL ADVOGADOS. Onde posso melhorar. Onde mais acertei. Sucesso ou fracasso, ponto final! 

Nas entradas também, se faz necessário um estudo do campo onde se está adentrando. Não existia gestão jurídica qualificada? Existia e não fez a contento? Foi pedida uma cabeça e a do antigo Advogado foi colocada numa bandeja? 

Já passei por todas essas situações em condomínios.

A ZDL se firma cada vez mais entre os principais escritórios jurídicos condominiais do país e eu sigo me perguntando se o ambiente de condomínios é valido para prática de direito condominial. Funciona muito bem nas academias e cursos jurídicos, mas sem a experiência do “cheiro das assembleias” nada se mantém presente. 

Ontem à noite, realizei uma assembleia incrível, em um condomínio muito bem gerido, com ambiente harmonioso, gestão qualificada, conselho aplicado, administradora competente, jurídico profissional e em 2 tacadas aprovamos Convenção Nova, Regulamento Interno Novo, Plano Diretor e utilização de fundo de reserva para arcar com despesas necessárias. Uma noite gloriosa. Sucesso total!  

Semana passada fiz uma assembleia em um condomínio na mesma cidade da Grande São Paulo, gestão temerária, inadimplência alta, administradora competente – porém prejudicada pelos antigos vícios, e o mesmo jurídico profissional, onde teve ataques, cadeiras voando, renúncia de síndico, e ameaças de morte. Fracasso total!

A assembleia seguinte se avizinha, e pergunto-me se o ambiente continuará válido para o teste. Se sim, continuarei contando horas de prática.
 
Clodoaldo Lima é Advogado de Condomínio e Sócio da ZDL ADVOGADOS

 

Atendimento via Whatsapp De acordo com Malcom Gladwell 10 mil horas de prática seriam necessárias para dominar qualquer assunto, no entanto, no caso do síndico é diferente.